Como realmente foi meu processo de despertar
A minha forma de pensar e definir carreira e sucesso era um pouco diferente da que a minha rede de apoio tinha - família, amigos, colegas de trabalho, etc. Sinto que vivi grande parte da minha vida lutando para equilibrar o que eu realmente queria ser - a nossa intuição sempre fala pra gente mas nem sempre a escutamos -, e o que os outros queriam que eu fosse - não propositalmente, apenas por estarmos todos acostumados a seguir padrões.
Ser uma boa filha, amiga, profissional, entre outros papéis, para agradar e atingir as expectativas, ou seguir minha intuição e fazer o que eu tenho vontade? Esse questionamento estava sempre presente na minha vida. Ah como essa resposta é difícil! Afinal, nós queremos ser amados e aceitos, não é mesmo? Queremos ser valorizados e reconhecidos. Mas, veja bem, se irmos contra o que é nosso verdadeiramente para agradar o outro, nos distanciamos de nós mesmos, da nossa personalidade, nossos valores, propósito, nossa essência, nossos talentos e habilidades. Então se pararmos para refletir, como que agir dessa forma pode ser bom para nós?
No fundo até sabemos disso, mas, desconstruir tudo o que fomos ensinados uma vida inteira é um processo lento e desconfortável. Sentimos medo e ansiedade, pois é um mundo totalmente desconhecido. Ou melhor, é um mundo que deixamos morrer dentro de nós, porque na verdade, nascemos com a nossa essência, mas ao longo da vida fomos nos moldando de acordo com a educação que tivemos, a visão de mundo, os valores, hábitos e cultura, que quem nos criou e o meio que convivemos acreditavam.
Essa programação que recebemos na nossa criação, e todas as experiências que vivemos ao longo da nossa vida, estão alinhadas ao que viemos aprender e viver nessa existência. É nossa responsabilidade ter consciência e escolher quebrar padrões que sentimos não fazer parte da nossa essência.
“Todo mundo te diz como é ser uma “cebola” perfeita, estudar, trabalhar, casar, ter filhos, aposentar e morrer.” Gabriela Stapff. Mas isso está realmente alinhado ao que você quer? A vida dos sonhos que você deseja viver? Ao que faz o seu coração vibrar?
Estamos acostumados a viver na nossa zona de conforto e apenas reagir ao que vem para nós. Precisamos mudar esse modelo mental, assumir a responsabilidade pelo direcionamento que a nossa vida leva e se entregar ao novo. Por mais que se entregar para as incertezas da vida nos deixe em um estado de vulnerabilidade, isso realmente faz parte do processo. Conforme vamos desconstruindo padrões limitantes, vamos nos permitindo construir e manifestar a vida dos sonhos que queremos.
Quando eu comecei a entender isso, busquei alternativas para resgatar o que sempre esteve dentro de mim adormecido. E foi dessa forma que me senti viva novamente, feliz, otimista e empolgada com a vida. Mas foi um longo processo.
Acredito que o momento mais significativo desse processo foi em 2014, quando fiz meu primeiro intercâmbio e fui morar na Austrália. Viver longe da rede de apoio, conhecer novas culturas e formas de ver a vida, fazer o que eu tinha vontade e ter essa liberdade de experienciar ser eu mesma, sem ser impactada pelo olhar de julgamento do outro - e o meu de comparação, me fez abrir os olhos e começar a ficar mais consciente para um novo mundo de possibilidades.
Mas o processo continuou… quando voltei da Austrália me senti um pouco deslocada - a respeito da minha mudança de comportamento, estilo e valores. Claro que toda mudança causa uma certa estranheza de início, mas a minha comodidade fez com que essas mudanças fossem repensadas.
Acabei então, deixando que os padrões existentes me levassem para o caminho de volta, onde eu me sentia confortável e segura. Foram muitos altos e baixos, gritos de liberdade e voltas ao casulo - a tal zona de conforto -, que passa uma "sensação" de segurança.
Mas confio que tudo acontece no tempo certo, para nossa evolução e aprendizado. Hoje entendo que naquela época faltou coragem e firmeza no meu posicionamento, para encarar a realidade e lutar pelo que acredito e pela visão de vida com significado que gostaria de viver. Mas ainda estava no início do processo de autoconhecimento, sem ter muita certeza de que era aquilo mesmo que eu queria, e acabei desistindo no primeiro sinal de desconforto.
Ao passar do tempo, me senti limitada novamente, vivendo de acordo com padrões, e quis fugir. E literalmente eu fiz isso! Como eu já trabalhava 100% remoto, consegui conciliar viagem e trabalho nos EUA. E lá me encontrei, e senti novamente aquela conexão que tive na Austrália.
Então pensei: será que meu destino é morar fora? Viver em outro país? Eita ilusão, mais uma fuga. Fuga para não aceitar que na verdade não era o país e sim eu mesma. Na verdade, eu precisava aceitar e honrar tudo que verdadeiramente sou e viver do jeito que eu acho que é bom pra mim e não pela visão dos outros. Home is a feeling not a place, certo? Então entendi que morar fora não era o que iria me fazer mais feliz e realizada, e sim, me manter firme a respeito da forma como escolhi viver minha vida.
Hoje aprendi a escolher diariamente aquilo que está alinhado ao meu coração, que me faz sentir alegre e de bem com a vida. Sou guiada pelos meus valores e princípios, pelo meu propósito, e pela minha própria definição de carreira e sucesso. E isso é uma responsabilidade tão grande.
A partir do momento que você tem certeza do que quer pra si mesma, cada escolha é consciente, você sabe exatamente se aquela decisão vai te direcionar para alcançar seus sonhos ou não.
A partir do momento que você tem certeza do que quer pra si mesma, cada escolha é consciente, você sabe exatamente se aquela decisão vai te direcionar para alcançar seus sonhos ou não.
Eu decidi que não quero corresponder às expectativas de ninguém. Eu quero viver a minha vida, do meu jeito, sendo eu mesma, honrando toda a minha história e tudo que já vivi e experienciei.
Hoje trabalho com algo que eu amo, que tenho experiência e conhecimento, da forma que descobri que é bom pra mim. E com isso, ajudo outras mulheres, que também precisam resgatar a sua essência e inovar nos seus negócios, para se sentirem confiantes em expor o que há dentro delas, empreender conectadas ao coração, e a sua visão de vida com significado.
Só tenho a agradecer todo mundo que fez parte desse processo e grande progresso:
Minha família, pai e mãe que são as pessoas que me deram o presente da vida. Meu irmão, que mesmo tendo opiniões diferentes em muitas coisas, sempre esteve do meu lado. Minha cunhada, que veio para equilibrar a família e eu não me sentir tão fora da curva (haha).
Meus amigos, os poucos e bons que eu escolhi compartilhar minha vida.
A Bru, que me abriu um novo mundo e esteve sempre do meu lado me incentivando e apoiando para eu me descobrir, me conectar com meu verdadeiro eu e viver essa verdade.
Todos os clientes que tive o prazer de atender, e que me deram a oportunidade de ajudá-los nas suas jornadas.
Todos os parceiros, que juntos e unidos somamos forças para impactar o mundo positivamente.
Todos os incríveis profissionais que me ajudaram e ainda me ajudam no meu processo de autoconhecimento e desenvolvimento profissional.
E a todos vocês, que me acompanham por aqui. De alguma forma estamos unidos e conectados por um bem maior.
“Isso é viver com propósito, enxergar tudo como uma grande benção e uma grande oportunidade de ser feliz.” Isabella Mezzadri.
GRATIDÃO!